Quando li as notícias pela manhã em relação a rinha de pitbull em Mairiporã me senti extremamente mal.
Vi algumas imagens divulgadas pela mídia e senti que eu deveria fazer algo para mudar a vida de pelo menos um dos cães envolvidos. De alguma forma eu precisavar ajudar.
Fiquei matutando a ideia durante horas, avaliei o quanto poderia mudara minha rotina, meus gastos, espaço na minha casa. Enfim, conclui que conseguiria fazer algo.
Entrei em contato com a veterinária, com o Instituto Fica Comigo e com a sra. Carla. Após enviar os documentos e o comprovante de residência, marcamos uma visita e a primeira entrevista.
Cheguei no local e disse que eu iria ver todos, precisava sentir qual deles corresponderia comigo (não adianta, os animais sabem dessas coisas) e o primeiro que vi foi o Sr. Spock Ferreira.
Ele me viu, estava no canto da jaula com um cone no pescoço, eu me abaixei, falei “oi” e coloquei a mão no interior da grade. Ele imediatamente veio, deitou na minha mão e ficou me olhando fixamente, olho no olho, querendo me dizer algo.
Fui escolhido, neste momento eu já tinha me derreti por inteiro.
Conheci o outros cães, mas as reações foram normais: me olharam e eu olhei pra eles e fim.
Precisei viajar, o meu bebê ficou aos cuidados da sra. Carla e do Instituto Fica Comigo. Ele estava recém castrado, quando voltei de viagem fui imediatamente buscá-lo.
Nesse dia outra pessoa estava lá, conversamos e o Sr. Spock ficou no jardim da casa do produtor com a gente, logo depois ele veio direto pra sua caminha, que hoje não existe mais, ela simplesmente explodiu.
Se eu pudesse escreveria detalhadamente os sentimentos que tive e os quais tenho pelo meu filho canino.
Uma das poucas coisas que eu desejo nesse mundo seria conhecê-lo filhotinho.